PROTAGONIZANDO A MINHA VIDA

A verdade é que me sinto uma fracassada por ter desistido da coisa que mais gostava. Poderia voltar atrás, sim; mas perdi muito tempo acreditando que não valia a pena.  Mas valia. Era o meu sonho. E a vida me surpreendeu negativamente, levando-o de mim. Desistir foi a coisa mais triste que fiz - ainda dói olhar pra trás e pensar: "putz, falhei". Eu era boa no que fazia e tinha chances de ser a melhor. A melhor versão de mim... mas, falhei no caminho. Eu desisti. 

O maior problema das pessoas é a comunicação ou a falta dela.  Adiam uma conversa em um relacionamento que não vai tão bem, para não discutir. Ficam magoadas e isso desgasta a relação. Pioram as coisas diariamente pensando que se consertarão sozinhas e por isso não tomam atitude nenhuma; esperam que o tempo a traga... Mas então chega um momento que é impossível retomar de onde pararam e a solução é seguir em frente. Sem aquele amigo. Sem aquele velho companheiro. Sem aquele amor. 

O fato é que nós seres humanos mentimos, SIM! Por conveniência, desejo, prazer ou qualquer outro motivo... Muitas vezes para prolongar um momento, ou para torná-lo mais maravilhoso e agradar o "enganado" - com palavras, sentimentos... aí depende de cada mentiroso. Mentimos para evitar e fugir da realidade - às vezes ela pode assustar e MUITO! Queremos nos "aumentar", ou seja, parecermos melhores do que realmente somos... as causas são tantas... mas a pior de todas, é mentir sentimentos. Até a pessoa mais honesta do mundo já mentiu, ou há de mentir. Seja com olhares, sorrisos... qualquer coisa. E quem são nossos alvos preferidos? Principalmente os que mais amamos e admiramos. Contraditório, não? Mas o medo de magoar falando a verdade é tão grande... então por conveniência, mentimos.  Afinal, temos medo de perder essas pessoas e faríamos de tudo para tê-las para sempre. Não nos imaginamos sem elas e chegamos a esse "extremo".. Um mundo sem pessoas men...

As pessoas sentem medo de um "eu te amo" não correspondido. Muitas vezes, mesmo sentindo, não se expõem falando isso, caso a resposta seja negativa. Medo. Quem nunca sentiu isso? Esse momento deveria dar um friozinho na barriga, uma expectativa de algo bom chegando... mas o indivíduo que está prestes a falar, sente medo da resposta do ouvinte. Atualmente um "eu te amo" é generalizado; serve para um agradecimento ao porteiro por ter pego a correspondência, ou até mesmo para o ser amado.

Cheguei a uma conclusão: antes eu não precisava de um namorado, porque eu havia tudo. Tinha amigas presentes e que demonstravam se importar comigo... com elas eu me sentia completa, não sentia a necessidade de nada, só da presença delas. O tempo foi passando, eu me afastei, elas se afastaram; nos afastamos. Agora me sinto carente e precisando de alguém pra perguntar como foi meu dia, se preciso de algo, se quero um cafuné... talvez um amor me proporcione isso ou então uma amizade supra esse vazio.  Eu sinceramente não sei e gostaria de descobrir, mas junto das minhas antigas amizades, como se o tempo não tivesse passado e tudo continuasse igual...

Gostamos de filmes com finais felizes, mas que não fujam da realidade. Se têm um término infeliz, julgamos como deprimente e chato; não nos agrada. Sempre esperamos pelo seu melhor, que no último minuto o personagem principal dê a volta por cima... Precisamos aprender a lidar com a realidade. Gostar dos finais independente de que modo terminem. Porque depois de todo fim, vem um novo começo e na vida, é preciso recomeçar várias vezes.

Ontem, ouvi a sábia frase de uma amiga: "tu concluíste muitas fases no teu passado. Elas demoraram, mas passaram. Terminaram e tu sobreviveste. Agora, tu foges das novas e não consegues concluir nada e acabas ficando com tudo pela metade, incompleta." Quando escutei isso, percebi que fugi do mundo real durante muito tempo. Alimentei sonhos, mas me esqueci que eu precisava correr atrás para realizá-los. Fiz de tudo para evitar a realidade - no momento que eu fazia isso, até dava certo, mas somente naquele instante. Porém, depois as coisas negativas vieram à tona... Eu não estava preparada para lidar com muita coisa e surtei. Falei mais do que deveria, fiz mais do que podia e não me mantive no controle da situação, no meu antigo padrão de evolução. Mudei radicalmente. Desevoluí. E agora voltei à estaca zero. Sei que eu preciso recomeçar; mas antes de um novo começo,  devo colocar um ponto final no meu passado, - antes que as lembranças dele me destruam mais e ponham ...