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Vocês são felizes?

Eu me questiono o que está no título deste texto todos os dias. Claro, a resposta ainda não existe. Friso o "ainda", pois espero que ela chegue até o fim da minha vida. Mas, na verdade, será que um dia ela vai existir? Acredito que é importante pensar a respeito disso e refletir sobre os motivos que nos impedem de conquistar a felicidade plena ou mesmo de enxergar e viver pequenos e alegres momentos — leiam-se aqui frações de segundos em que comemos a nossa comida preferida ou conversamos com os nossos melhores amigos. Se pararmos para pensar, isso por si só já é tudo que precisamos. Afinal, estamos acompanhados de pessoas importantes e queridas e podemos aproveitar o hambúrguer que tanto amamos junto com elas. O problema é que nós complicamos a vida. Somos ambiciosos e queremos sempre mais. No fim, nos contentamos com o que não temos em vez de celebrar as nossas conquistas da forma que elas merecem.  Em resumo: estamos a todos os momentos atrás da felicidade plena e deixamo
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26 de maio de 2020

Há cinco anos, escrevi um texto sobre não saber me definir. Até hoje ainda não descobri quem eu sou, mas sei que praticamente já me enquadro em uma categoria: jornalista. Mas isso não é suficiente. Não para mim, pelo menos. Não adianta ser uma profissional da área da comunicação e estar trabalhando onde sempre quis, pois me falta algo. Assim como os outros, não me reconheço: não sei valorizar as minhas conquistas e nem dizer que eu sou capaz de conquistar o que eu quero. Eu sempre reclamo que ninguém consegue me enxergar, porém eu também não me vejo  —  não por inteira pelo menos. Sempre acreditei em amor próprio, embora atualmente ele seja o menos presente em mim. Sonhei em poder continuar escrevendo e em transformar as palavras em histórias, todavia, neste caminho, não vivi a minha própria e perdi as melhores oportunidades do minha vida.

Luz, câmera... New York!

Janeiro recém começou e New York já está cheia de estrangeiros. Alguns aproveitaram para curtir as festas de final do ano. Outros chegaram há pouco com expectativas de conhecer a cidade que nunca dorme e viver por uns dias na maior metrópole dos Estados Unidos. Todos, entretanto, possuem uma curiosidade: visitar um dos maiores pontos turísticos locais, a Times Square. Essa região, que é uma das mais animadas e famosas de Manhattan, marca o encontro entre a Broadway e a Sétima Avenida. Ela reúne glamour e um pouquinho de tudo. Teatros, estúdios, museus, farmácias, lojas, restaurantes, cafés, letreiros, e, claro, luzes, câmeras e muita ação. Isso pode ser observado principalmente pelos passos apressados da multidão em direção do melhor ângulo para fotos e também pela claridade que emana de painéis de publicidade. Além disso, a Times, apelido carinhoso dado para o local, é cenário de filmes, séries, peças teatrais e sonhos. É o espaço onde personagens fantasiados, como o Naked Cowboy, des

Uma manhã policial

Correria. Cansaço. Tensão. Suor. Lágrimas. Persistência. Coragem. Colocar no ar um telejornal envolve isso e mais um pouco. As pautas do dia a dia são diferentes, mas a rotina é sempre a mesma: energia pura e muito dinamismo.   Acordo, lavo o rosto, tomo café da manhã e vou trabalhar. No carro, a caminho do Morro da TV, escuto rádio e já começo a produzir mentalmente o nosso programa. Enquanto olho pela janela e enxergo o Arroio Dilúvio cada vez mais distante de mim, procuro o que é notícia e descubro novidades nas mídias digitais. Chego no meu destino. Desço do veículo. Momento de subir as escadas, ligar o meu computador e tomar um gole de café para enfrentar mais um dia. Listo meus afazeres e organizo as minhas tarefas diárias. Após terminar, avanço para a próxima etapa. Procuro cases de sequestros, roubos e mortes. Em seguida, telefono para delegados, policiais, brigadianos, familiares de vítimas de um bárbaro crime... Mando mensagem nas redes sociais. Tento chamar a atenção dessas

Política de privacidade na era da informação e Internet

A informação é uma das maiores commodities hoje e é cada vez mais fundamental na economia e na política de uma sociedade. Por trás da disseminação desses dados, estão a internet e os seus usuários, que podem produzir e reproduzir conteúdos, conforme ideais e objetivos próprios. Como exemplo de mau uso de informações, é possível citar o lançamento do aplicativo chinês Zao, que chamou a atenção do mundo no começo de setembro. O app, disponível apenas para a Apple Store do país oriental, utiliza a inserção de rostos dos  users  em atores e músicos famosos - tecnologia também conhecida como  deepfakes .  A polêmica surgiu a partir da afirmação da empresa criadora MoMo, que pediu aos usuários que fizessem download de uma foto pessoal para os servidores da companhia a fim de que a sobreposição ocorresse. Além disso, afirmava ter permissão "gratuita, irrevogável, permanente e transferível", podendo utilizar esses conteúdos conforme entendesse, sem nenhuma proteção.

A constância dos meus sentimentos passageiros

O medo de ser irrelevante faz parte do meu dia a dia. Durmo e acordo cercada de antigas preocupações e novas frustrações, pois não consigo encontrar o meu lugar e a minha voz no mundo. Isso dói. Um dia sonhei em ser jornalista, fazer parte da história como testemunha ocular e noticiar eventos importantes para a humanidade. Nas vezes que tentei, não comovi amigos nem familiares. Foi um desastre — e isso ainda me atordoa, porque me lembra que sou um fracasso. “Não estou onde queria estar”, repito para mim mesma todos os dias antes de dormir. Eu não descobri se falo isso como incentivo para seguir em frente ou reconhecimento da minha própria derrota.   Sinto que falta uma parte em mim. Será que é a ausência de uma certeza profissional ou o medo de nunca conquistar os meus objetivos?   Não posso dizer que não tentei. Foram, uma, duas, três vezes... Até ultrapassar os meus limites. Entretanto, sigo tentando.   Para ser sincera, eu não esperava estar assim nessa

Surpresa, uma carta ao passado

Querida Luísa, Você se imaginava onde está hoje? Há uns anos, você julgava ser impossível estudar fora do Brasil. Acreditava que era muito caro e que não teria condições emocionais para morar longe da sua família — mas você conseguiu.  Aposto que você não imaginava isso. Apesar de ler romances sobre intercâmbios e sonhar com a realização do seu próprio, não pensava que seria assim.  E lá veio a vida veio e surpreendeu você... Parecia pouco provável viajar uma vez por ano para o país mais capitalista do mundo, entretanto os seus pais ajudaram e vocês conseguiram.  O tempo foi passando e com ele, pessoas foram entrando e saindo da sua vida. Esse período ajudou você a trilhar o seu futuro e a mudar de ideia mais de 1001 vezes, porque nada fica igual — apenas a sua essência, que lhe torna quem você é.  Hoje eu afirmo: duvido que você imaginava tudo isso.  Pode ser que você sonhasse com viagens internacionais e grandes aventuras, porém você nunca sonhou em apr