Correria. Cansaço. Tensão. Suor. Lágrimas. Persistência. Coragem. Colocar no ar um telejornal envolve isso e mais um pouco. As pautas do dia a dia são diferentes, mas a rotina é sempre a mesma: energia pura e muito dinamismo.
Acordo, lavo o rosto, tomo café da manhã e vou trabalhar. No carro, a caminho do Morro da TV, escuto rádio e já começo a produzir mentalmente o nosso programa. Enquanto olho pela janela e enxergo o Arroio Dilúvio cada vez mais distante de mim, procuro o que é notícia e descubro novidades nas mídias digitais.
Chego no meu destino. Desço do veículo. Momento de subir as escadas, ligar o meu computador e tomar um gole de café para enfrentar mais um dia. Listo meus afazeres e organizo as minhas tarefas diárias. Após terminar, avanço para a próxima etapa.
Procuro cases de sequestros, roubos e mortes. Em seguida, telefono para delegados, policiais, brigadianos, familiares de vítimas de um bárbaro crime... Mando mensagem nas redes sociais. Tento chamar a atenção dessas pessoas para obter todas as informações necessárias.
O tempo está passando. O horário de congelar o espelho do telejornal está próximo. O suor começa a escorrer e o nervosismo se faz presente. Ainda não consegui resposta. Temos uma hora e meia até entrarmos no ar.
Agora, mais no fim da manhã, a ansiedade toma conta. Não consigo falar com ninguém. Sinto que estou preocupada. Então, neste instante, escuto um barulho. É uma música. É o toque do meu celular. Finalmente tive o retorno que precisava das fontes.
Escrevo rapidamente o texto com base no material que apurei. Leio mais uma vez. Corto as citações muito grandes. Faço as frases para os GCs. O programa inicia em quarenta minutos. Falta pouco.
Espelho congelado. Tudo pronto. Imprimo o nosso conteúdo e corro para entregar para o nosso apresentador. Ele lê atentamente as folhas de papel e se prepara para o seu grande momento. Respiro fundo e volto a caminhar de forma apressada e impaciente.
De um lado, ele. De outro, eu. Sento na cadeira de uma sala isolada dentro da emissora, conhecida como suíte. É neste local onde “a magia acontece”. É aqui que realizarei a minha próxima atividade: passar o TP para o nosso âncora ler. Em cinco minutos, vamos mostrar um tiroteio em uma festa na região metropolitana. Concentração total.
Onze horas e trinta e seis minutos. Acabou o tempo para escrever esta história. O momento é sobre as notícias e os flagrantes que estão rolando. Paro um pouco. Olho para os lados. Presto atenção no TP. Estamos ao vivo.
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