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Mostrando postagens com o rótulo jornalismo

Luz, câmera... New York!

Janeiro recém começou e New York já está cheia de estrangeiros. Alguns aproveitaram para curtir as festas de final do ano. Outros chegaram há pouco com expectativas de conhecer a cidade que nunca dorme e viver por uns dias na maior metrópole dos Estados Unidos. Todos, entretanto, possuem uma curiosidade: visitar um dos maiores pontos turísticos locais, a Times Square. Essa região, que é uma das mais animadas e famosas de Manhattan, marca o encontro entre a Broadway e a Sétima Avenida. Ela reúne glamour e um pouquinho de tudo. Teatros, estúdios, museus, farmácias, lojas, restaurantes, cafés, letreiros, e, claro, luzes, câmeras e muita ação. Isso pode ser observado principalmente pelos passos apressados da multidão em direção do melhor ângulo para fotos e também pela claridade que emana de painéis de publicidade. Além disso, a Times, apelido carinhoso dado para o local, é cenário de filmes, séries, peças teatrais e sonhos. É o espaço onde personagens fantasiados, como o Naked Cowboy, des

Uma manhã policial

Correria. Cansaço. Tensão. Suor. Lágrimas. Persistência. Coragem. Colocar no ar um telejornal envolve isso e mais um pouco. As pautas do dia a dia são diferentes, mas a rotina é sempre a mesma: energia pura e muito dinamismo.   Acordo, lavo o rosto, tomo café da manhã e vou trabalhar. No carro, a caminho do Morro da TV, escuto rádio e já começo a produzir mentalmente o nosso programa. Enquanto olho pela janela e enxergo o Arroio Dilúvio cada vez mais distante de mim, procuro o que é notícia e descubro novidades nas mídias digitais. Chego no meu destino. Desço do veículo. Momento de subir as escadas, ligar o meu computador e tomar um gole de café para enfrentar mais um dia. Listo meus afazeres e organizo as minhas tarefas diárias. Após terminar, avanço para a próxima etapa. Procuro cases de sequestros, roubos e mortes. Em seguida, telefono para delegados, policiais, brigadianos, familiares de vítimas de um bárbaro crime... Mando mensagem nas redes sociais. Tento chamar a atenção dessas

Política de privacidade na era da informação e Internet

A informação é uma das maiores commodities hoje e é cada vez mais fundamental na economia e na política de uma sociedade. Por trás da disseminação desses dados, estão a internet e os seus usuários, que podem produzir e reproduzir conteúdos, conforme ideais e objetivos próprios. Como exemplo de mau uso de informações, é possível citar o lançamento do aplicativo chinês Zao, que chamou a atenção do mundo no começo de setembro. O app, disponível apenas para a Apple Store do país oriental, utiliza a inserção de rostos dos  users  em atores e músicos famosos - tecnologia também conhecida como  deepfakes .  A polêmica surgiu a partir da afirmação da empresa criadora MoMo, que pediu aos usuários que fizessem download de uma foto pessoal para os servidores da companhia a fim de que a sobreposição ocorresse. Além disso, afirmava ter permissão "gratuita, irrevogável, permanente e transferível", podendo utilizar esses conteúdos conforme entendesse, sem nenhuma proteção.

A constância dos meus sentimentos passageiros

O medo de ser irrelevante faz parte do meu dia a dia. Durmo e acordo cercada de antigas preocupações e novas frustrações, pois não consigo encontrar o meu lugar e a minha voz no mundo. Isso dói. Um dia sonhei em ser jornalista, fazer parte da história como testemunha ocular e noticiar eventos importantes para a humanidade. Nas vezes que tentei, não comovi amigos nem familiares. Foi um desastre — e isso ainda me atordoa, porque me lembra que sou um fracasso. “Não estou onde queria estar”, repito para mim mesma todos os dias antes de dormir. Eu não descobri se falo isso como incentivo para seguir em frente ou reconhecimento da minha própria derrota.   Sinto que falta uma parte em mim. Será que é a ausência de uma certeza profissional ou o medo de nunca conquistar os meus objetivos?   Não posso dizer que não tentei. Foram, uma, duas, três vezes... Até ultrapassar os meus limites. Entretanto, sigo tentando.   Para ser sincera, eu não esperava estar assim nessa

O frio na barriga por trás de um intercâmbio na Cidade dos Ventos

Viajar é sempre um período de (re)descobertas. Ir para Chicago não foi diferente, pois pude conhecer um pouco mais de mim mesma e viver na terceira maior cidade dos Estados Unidos. Quando pensamos em sair de casa para escrever novas histórias, sentimos um frio na barriga, pois não sabemos o que nos espera. Entretanto, acredito que esta é a mágica de uma grande viagem: as 1001 possibilidades de descobrir quem somos e quem gostaríamos de ser. Se, por um lado, senti as dificuldades de viver em uma cidade muito fria, também tive a oportunidade de conhecer outras culturas e descobrir as principais diferenças entre os Estados Unidos e o Brasil. Cada dia na Cidade dos Ventos foi único, pois convivi com pessoas muito distintas, que me fizeram crescer e enxergar o mundo de uma nova forma — mais livre, independente e humana. Neste trajeto, também foi preciso ter coragem para deixar os familiares e os amigos para trás, uma vez que estava alçando voos mais altos. Não me arrepend

Desvendando o Jornalismo Político

Publicado em 2005, o livro Jornalismo Político, escrito por Franklin Martins, é cada vez mais atual no contexto em que vivemos hoje. Em um ano extremamente polarizado por discussões políticas partidárias, de esquerda e de direita, a busca pela imparcialidade jornalística, um dos principais ensinamentos do autor, é cada vez mais necessária, sempre levando em consideração os interesses da sociedade.  Por meio de linguagem simples e de fácil entendimento, o escritor discorre sobre o jornalismo nas vésperas das eleições em 1950 e em 2002. Antigamente, os interesses e a opinião dos donos de jornais prevaleciam acima de tudo. Hoje, quem manda é o leitor, pois esse paga pelo conteúdo, exige diversidade e informação imparcial. O princípio do jornalismo de levantar bandeiras e oferecer opinião não é mais como antes, pois não se assumem mais tantos pontos de vista.  Esta mudança ocorreu em função da vontade dos jornais de conquistarem públicos de diversas classes, idades e gêneros, aume

O caos não tem mais saúde

Em um momento fervoroso após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), uma notícia deixa municípios que têm poucos médicos bastante apreensivos: a retirada do Brasil de profissionais da saúde cubanos até o final do ano. O governo do país alega ter deixado o programa Mais Médicos em razão de declarações de Bolsonaro feitas em agosto, em que o militar falou sobre expulsar os médicos cubanos da nação brasileira. A decisão preocupa cidades que possuem dificuldades em realizar atendimentos e oferecer atenção básica a pacientes, onde há escassez ou ausência de profissionais médicos. Um dos resultados imediatos pode ser a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios. No Piauí, cubanos representam 61% dos profissionais do Mais Médicos, o que revela os prejuízos que podem ocorrer no Nordeste como um todo. Além disso, municípios que contavam com apoio apenas de médicos de Cuba, como Morro Cabeça do Tempo e Guarib

Coisa Poética de Ser & Escrever

Perdi meu lado poético, Não sei mais escrever. Chega a ser patético, Pois faço traços e rabisco: Uma folha em branco, um lead qualquer  Desejando tudo aquilo que um amor de verdade requer  –   Um beijo e um olhar sincero de quem me quer. Cansei do presente,  Pois só enxergo um povo demente   –   Sedento por cobranças   E alheio às mudanças. Por isso, precisei recorrer à mistura do gênero literário  Com o jornalismo de obituário  Para, no futuro, quem sabe,  Fazer uma denúncia de um político salafrário... Misturei ética Com beleza estética, Apenas para o poema criar, A fim de lembrar: Não importa a pauta e o tema, Estou aqui para rimar.

7 de abril - Dia do Jornalista

Faz dois anos que escolhi ou melhor, fui escolhida pela profissão de jornalista. No começo, de forma bastante tímida e até mesmo relutante, mas bastante certeira. Somente as palavras me identificavam; os números me assustavam.   E a decisão veio em uma época bastante conturbada para os jovens: no Ensino Médio - aquele lugar que nos obriga a escolher algo para fazer pelo resto da vida. Durante este período, tive a oportunidade de conhecer profissionais que admiro e que me incentivaram a seguir nessa estrada louca com eles - caminho que praticamente todo jornalista percorre. Sem rotina, bastante correria no dia a dia, mudança de pauta de última hora, críticas por ser, supostamente, parcial e assim vai. Só tenho a agradecer por quem me acompanha e acompanhou até aqui. Os esforços para me fazer entender matemática foram inúteis, pois qualquer letra envolvida em um cálculo, eu associava com um poema ou uma manchete. Mas mesmo assim obrigada, do fundo do meu coração.  Agradeço tamb

Entrevista com Débora Ely

As matérias escolares que fazem parte da área de exatas passaram longe da escolha profissional de Débora Ely. Os números não faziam parte das paixões da repórter da Editoria de Notícias do Jornal Zero Hora; muito pelo contrário: desde criança, a leitura e a escrita foram suas principais companhias e mais tarde, ajudaram na decisão de cursar Jornalismo. Antes de optar pela carreira de repórter, a porto-alegrense pensou em estudar Direito e seguir os passos dos primos e do irmão. Porém, a questão dos pisos salariais das duas profissões a fez mudar de ideia. “Eu comentava ‘não sei se eu vou cursar Jornalismo, porque dizem que pagam pouco’. Minha família me olhava e dizia que o Direito também não estava pagando bem”, lembra Débora, que escolheu “ganhar mal por ganhar mal” e fazer o que mais gostava: escrever histórias. E foi no ano de 2008 que a “escolha super acertada” da jornalista teve início, na Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Durante os quatro anos de curso

Novos meios para o Jornalismo

É hora de se reinventar. Vamos criar um jornalismo acessível a todos, com uma linguagem simples e conforme a norma culta padrão. Não tenho receitas nem garantias, mas estou disposta a tentar. O jornal inglês  The Independent  resolveu ousar e abandonou a versão impressa. Entretanto, o veículo sempre operou no meio virtual. Agora, reforçará ainda mais esse formato. Será que o periódico está cometendo um erro ou investindo na cultura digital? É o começo de uma nova era? Assim como o jornal  Times , (também britânico), a tendência jornalística é a criação de novas táticas de vender seu conteúdo. A Inglaterra deu o primeiro passo, mas os leitores querem mais. Em um mercado que clama por periodicidade, a inovação será feita de maneira diferente. A empresa não publicará mais as notícias em tempo real: elas serão analisadas e estudadas. Entretanto, muitos dirão que não transmiti-las ao vivo anulará a importância das mesmas, mas pelo contrário: se forem produzidas com mais tempo, é pr