Pular para o conteúdo principal

Postagens

A constância dos meus sentimentos passageiros

O medo de ser irrelevante faz parte do meu dia a dia. Durmo e acordo cercada de antigas preocupações e novas frustrações, pois não consigo encontrar o meu lugar e a minha voz no mundo. Isso dói. Um dia sonhei em ser jornalista, fazer parte da história como testemunha ocular e noticiar eventos importantes para a humanidade. Nas vezes que tentei, não comovi amigos nem familiares. Foi um desastre — e isso ainda me atordoa, porque me lembra que sou um fracasso. “Não estou onde queria estar”, repito para mim mesma todos os dias antes de dormir. Eu não descobri se falo isso como incentivo para seguir em frente ou reconhecimento da minha própria derrota.   Sinto que falta uma parte em mim. Será que é a ausência de uma certeza profissional ou o medo de nunca conquistar os meus objetivos?   Não posso dizer que não tentei. Foram, uma, duas, três vezes... Até ultrapassar os meus limites. Entretanto, sigo tentando.   Para ser sincera, eu não esperav...

Surpresa, uma carta ao passado

Querida Luísa, Você se imaginava onde está hoje? Há uns anos, você julgava ser impossível estudar fora do Brasil. Acreditava que era muito caro e que não teria condições emocionais para morar longe da sua família — mas você conseguiu.  Aposto que você não imaginava isso. Apesar de ler romances sobre intercâmbios e sonhar com a realização do seu próprio, não pensava que seria assim.  E lá veio a vida veio e surpreendeu você... Parecia pouco provável viajar uma vez por ano para o país mais capitalista do mundo, entretanto os seus pais ajudaram e vocês conseguiram.  O tempo foi passando e com ele, pessoas foram entrando e saindo da sua vida. Esse período ajudou você a trilhar o seu futuro e a mudar de ideia mais de 1001 vezes, porque nada fica igual — apenas a sua essência, que lhe torna quem você é.  Hoje eu afirmo: duvido que você imaginava tudo isso.  Pode ser que você sonhasse com viagens internacionais e grandes aventuras, porém v...

O frio na barriga por trás de um intercâmbio na Cidade dos Ventos

Viajar é sempre um período de (re)descobertas. Ir para Chicago não foi diferente, pois pude conhecer um pouco mais de mim mesma e viver na terceira maior cidade dos Estados Unidos. Quando pensamos em sair de casa para escrever novas histórias, sentimos um frio na barriga, pois não sabemos o que nos espera. Entretanto, acredito que esta é a mágica de uma grande viagem: as 1001 possibilidades de descobrir quem somos e quem gostaríamos de ser. Se, por um lado, senti as dificuldades de viver em uma cidade muito fria, também tive a oportunidade de conhecer outras culturas e descobrir as principais diferenças entre os Estados Unidos e o Brasil. Cada dia na Cidade dos Ventos foi único, pois convivi com pessoas muito distintas, que me fizeram crescer e enxergar o mundo de uma nova forma — mais livre, independente e humana. Neste trajeto, também foi preciso ter coragem para deixar os familiares e os amigos para trás, uma vez que estava alçando voos mais altos. Não me arrepend...

Is my exchange program being what I expected?

It has been almost two months since I moved to Chicago and I couldn't be more enthusiastic about it. That's the first time I am living by myself for a long period. In my home country, I live with my parents but in the Windy City, I share the apartment with two girls. I feel that this journey is different and I know that it has changed me, although I just began. In the deep of my heart, I feel I am someone new. I needed to learn how to cook and to be friends with people from several countries. It's been amazing and I am so glad that I have the opportunity to be here. We know that time flies so we try to enjoy it as much as we can every day. Otherwise, we are going to die without really knowing life and I am sure I don't want it — that's why I am trying to improve myself and have the career I always dreamed of. While I am here, I expect to live. I still haven't done all that I wanted or meet someone special. At least, I have lost and foun...

Longa estrada / Longa jornada

Já faz um tempo que trilho meu caminho emocionalmente desacompanhada. Curiosamente, não me sinto tão sozinha quanto antes.  Sempre pensei que fosse viver um amor de cinema ou algo prazeroso para ser lembrado com carinho daqui dez anos.  Mas a vida é estranha, uma vez que ela  faz questão de lembrar que nossas expectativas são melhores que a realidade. Hoje vivo sonhos novos com mais intensidade a cada dia que passa  — à s vezes cercada de antigas preocupações e memórias que clamam ser as melhores da minha vida, às vezes em estado contínuo de êxtase com as minhas descobertas.  Apesar de eu estar em um lugar fantástico, eu ainda penso em você todos os dias. Felizmente, o sentimento é diferente agora, pois sei que não poderíamos mais viver naquele relacionamento autodestrutivo de muitas dores e poucas alegrias. Ser eu mesma era tudo o que eu precisava. Eu devia essa realização a mim para conseguir entender o que desejo para o meu futuro.  ...

thank u, next.

Amar nunca foi um objetivo. Sempre quis ser viva e livre para conhecer o mundo.  Por um tempo, me prendi no teu abraço. Aos poucos, fui me sufocando.   Surtei. Finalmente me desvencilhei.   Sabia que precisava de um fresh new start  —  to begin again. Porém, não consegui impulso suficiente para dar o primeiro e último pulo certeiro; então, tudo bem, f izeram isso por mim. Agora não tem volta. Não me acostumei ainda com esta nova etapa da minha vida, mas eu tenho certeza de que não sei mais viver como antes.   O nosso amor infantil morreu e abriu as portas para a jovem adulta que habita dentro de mim florescer, viajar e conhecer a vida. Sou muito grata por ter amado e reforçado que este não é o meu objetivo de vida.  thank u, next.   (outubro de 2018)

A Criança

Parabéns para a criança aqui, Que sofreu, cresceu,  Chorou e amadureceu.  E no fim,  Se tornou algo lindo, tão único: Simplesmente eu. Apenas para dizer: Você perdeu. (setembro de 2018)