PROTAGONIZANDO A MINHA VIDA

Sempre acreditei que seguir em frente era o ideal. Deixar o passado no passado, bem guardado e enterrado. Nunca pensei em enfrentá-lo e reviver todo o sofrimento que foi esquecê-lo. Sabia que não deveria, mas a vontade de ler aquele livro antigo era grande. Li e reli várias vezes até não poder mais. Admito que tentei mudar o final, mesmo que não tenha adiantado. Fui contra o que todos disseram; corri atrás do que não deveria. A dor era enorme; mais uma dose não faria diferença. Maior que ela, somente a saudade dos dias que acabaram. Sei que terminaram por uma razão; mas também sei que começaram por outra. Cada uma levou a um lugar. Seja qual for a razão de agora, me trouxe aqui, de volta  para o passado. Preciso encará-lo e deixá-lo, mas ao invés disso quero abraçá-lo e beijá-lo. Quero levá-lo para o futuro, para que ele seja meu eterno presente. Quero revivê-lo. Eu era completa, sentia tudo - eu era genuinamente feliz. Sinto falta disso. Sei que ninguém aprova minha decisão, mas

Acho que sei a resposta da pergunta que sempre me fazia: "por que meus relacionamentos, sejam eles amorosos ou não, nunca deram (muito) certo?". Eu sempre esperava demais das pessoas, mas não fazia o mínimo que esperavam de mim. Prometia coisas, rezava para tal amizade/amor ser para sempre ou que nunca enxergasse o fim se aproximar. Queria pessoas imprevisíveis ao meu lado, me surpreendendo a cada milésimo de segundo da minha vida.  Eu pedia coisas quase impossíveis e fazia pouco pra realizá-las. Era braba e impetuosa, de temperamento forte e ousado; não pensava nos outros, eu era o egoísmo em pessoa. Por ser assim, tão individualista e me julgar sempre certa, acabava sozinha, por divergências bobas de opiniões. Imaginava que ninguém saberia viver sem mim e que após uma briga, eu seria procurada; não movia um dedo sequer pelos outros - por mais arrependida que estivesse.  Por causa disso, tive que recomeçar várias vezes. E as coisas sempre terminavam do mesmo modo.  Eu viv