Acordo de Paris visa frear aquecimento global
Em dezembro de 2015, os Estados Unidos e a China, os dois países menos empenhados no combate ao aquecimento global, concordaram com a redução dos gases poluentes. O presidente estadunidense, Barack Obama, e o mandatário chinês, Xi Jinging, selaram o Acordo de Paris junto dos outros membros da ONU. O novo documento ratificado em abril prevê ainda o prazo de 2020 para o início do processo das medidas acolhidas, como a manutenção da temperatura média do planeta abaixo dos 2°C.
Desde o início das medições de temperaturas, em 1880, o ano de 2015 foi considerado o mais quente por especialistas estadunidenses da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Uma das causas do aumento climático é a emissão de poluentes da atmosfera, como o gás carbônico (CO²), o metano (CH⁴) e óxido nitroso (N²O). Esses tiveram um crescimento significativo com a Revolução Industrial e a produção em massa de combustíveis fósseis.
Apesar dos problemas ambientais, os interesses políticos e econômicos prevalecem na disputa pelas riquezas naturais. Os Estados Unidos, a Rússia, o Canadá, a Noruega e a Dinamarca estimam o degelo do Ártico, pois facilitaria o acesso ao petróleo escondido no subsolo marinho. De acordo com o professor e geógrafo José Silva, graduado pela PUCRS, inúmeras terras canadenses e russas são inutilizadas e, se derretessem, poderiam ser usadas para agricultura, pecuária e extrativismo. “Muitos lugares nórdicos se beneficiarão, mas os países abaixo do Equador terão seus territórios inundados, além do desmatamento, da escassez de água e outras alterações climáticas de maior impacto”, constata.
“Há aqueles que acreditam que existe aquecimento global e têm pessoas que descreem nisso”, disse José Silva. Embora não exista um consenso entre os cientistas sobre a presença do fenômeno, os efeitos das mudanças climáticas são notórios e preocupantes. A professora e geógrafa Alexsandra Fachinello, formada pela UFRGS, citou as principais consequências. “Podemos perceber a redução da área de gelo no Ártico e o aumento do nível dos oceanos. Além disso, as possibilidades de alguns eventos como ondas de calor, formação de furacões e nevascas são maiores. No Brasil, acontecem as secas na região Amazônica”, diz. “A intervenção humana na natureza é inegável e os estudos apontam claramente a relação entre o aumento das emissões dos gases estufas e a elevação da temperatura média da Terra”, acrescenta Fachinello.
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