Pular para o conteúdo principal

Mudanças climáticas assustam e países entram em consenso

Acordo de Paris visa frear aquecimento global

IMG_20160517_144402238
José Silva fala sobre postura de países em relação ao aquecimento global (Foto: Anderson Beauvalet)
Em dezembro de 2015, os Estados Unidos e a China, os dois países menos empenhados no combate ao aquecimento global, concordaram com a redução dos gases poluentes. O presidente estadunidense, Barack Obama, e o mandatário chinês, Xi Jinging, selaram o Acordo de Paris junto dos outros membros da ONU. O novo documento ratificado em abril prevê ainda o prazo de 2020 para o início do processo das medidas acolhidas, como a manutenção da temperatura média do planeta abaixo dos 2°C.

Desde o início das medições de temperaturas, em 1880, o ano de 2015 foi considerado o mais quente por especialistas estadunidenses da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Uma das causas do aumento climático é a emissão de poluentes da atmosfera, como o gás carbônico (CO²), o metano (CH⁴) e óxido nitroso (N²O). Esses tiveram um crescimento significativo com a Revolução Industrial e a produção em massa de combustíveis fósseis.

Apesar dos problemas ambientais, os interesses políticos e econômicos prevalecem na disputa pelas riquezas naturais. Os Estados Unidos, a Rússia, o Canadá, a Noruega e a Dinamarca estimam o degelo do Ártico, pois facilitaria o acesso ao petróleo escondido no subsolo marinho. De acordo com o professor e geógrafo José Silva, graduado pela PUCRS, inúmeras terras canadenses e russas são inutilizadas e, se derretessem, poderiam ser usadas para agricultura, pecuária e extrativismo. “Muitos lugares nórdicos se beneficiarão, mas os países abaixo do Equador terão seus territórios inundados, além do desmatamento, da escassez de água e outras alterações climáticas de maior impacto”, constata.

“Há aqueles que acreditam que existe aquecimento global e têm pessoas que descreem nisso”, disse José Silva. Embora não exista um consenso entre os cientistas sobre a presença do fenômeno, os efeitos das mudanças climáticas são notórios e preocupantes. A professora e geógrafa Alexsandra Fachinello, formada pela UFRGS, citou as principais consequências. “Podemos perceber a redução da área de gelo no Ártico e o aumento do nível dos oceanos. Além disso, as possibilidades de alguns eventos como ondas de calor, formação de furacões e nevascas são maiores. No Brasil, acontecem as secas na região Amazônica”, diz. “A intervenção humana na natureza é inegável e os estudos apontam claramente a relação entre o aumento das emissões dos gases estufas e a elevação da temperatura média da Terra”, acrescenta Fachinello.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vocês são felizes?

Eu me questiono o que está no título deste texto todos os dias. Claro, a resposta ainda não existe. Friso o "ainda", pois espero que ela chegue até o fim da minha vida. Mas, na verdade, será que um dia ela vai existir? Acredito que é importante pensar a respeito disso e refletir sobre os motivos que nos impedem de conquistar a felicidade plena ou mesmo de enxergar e viver pequenos e alegres momentos — leiam-se aqui frações de segundos em que comemos a nossa comida preferida ou conversamos com os nossos melhores amigos. Se pararmos para pensar, isso por si só já é tudo que precisamos. Afinal, estamos acompanhados de pessoas importantes e queridas e podemos aproveitar o hambúrguer que tanto amamos junto com elas. O problema é que nós complicamos a vida. Somos ambiciosos e queremos sempre mais. No fim, nos contentamos com o que não temos em vez de celebrar as nossas conquistas da forma que elas merecem.  Em resumo: estamos a todos os momentos atrás da felicidade plena e deixamo...

Política de privacidade na era da informação e Internet

A informação é uma das maiores commodities hoje e é cada vez mais fundamental na economia e na política de uma sociedade. Por trás da disseminação desses dados, estão a internet e os seus usuários, que podem produzir e reproduzir conteúdos, conforme ideais e objetivos próprios. Como exemplo de mau uso de informações, é possível citar o lançamento do aplicativo chinês Zao, que chamou a atenção do mundo no começo de setembro. O app, disponível apenas para a Apple Store do país oriental, utiliza a inserção de rostos dos  users  em atores e músicos famosos - tecnologia também conhecida como  deepfakes .  A polêmica surgiu a partir da afirmação da empresa criadora MoMo, que pediu aos usuários que fizessem download de uma foto pessoal para os servidores da companhia a fim de que a sobreposição ocorresse. Além disso, afirmava ter permissão "gratuita, irrevogável, permanente e transferível", podendo utilizar esses conteúdos conforme entendesse, sem nenhuma prot...

26 de maio de 2020

Há cinco anos, escrevi um texto sobre não saber me definir. Até hoje ainda não descobri quem eu sou, mas sei que praticamente já me enquadro em uma categoria: jornalista. Mas isso não é suficiente. Não para mim, pelo menos. Não adianta ser uma profissional da área da comunicação e estar trabalhando onde sempre quis, pois me falta algo. Assim como os outros, não me reconheço: não sei valorizar as minhas conquistas e nem dizer que eu sou capaz de conquistar o que eu quero. Eu sempre reclamo que ninguém consegue me enxergar, porém eu também não me vejo  —  não por inteira pelo menos. Sempre acreditei em amor próprio, embora atualmente ele seja o menos presente em mim. Sonhei em poder continuar escrevendo e em transformar as palavras em histórias, todavia, neste caminho, não vivi a minha própria e perdi as melhores oportunidades do minha vida.