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A Novidade do Século: Influenciadores Digitais

Após o nascimento da internet, surgiram ferramentas e serviços que revolucionaram o mundo on-line e a maneira de se fazer comunicação nessa plataforma. Entre eles, podemos destacar os influenciadores digitais, que aumentaram a demanda de publicidade na web. Se antes as propagandas eram veiculadas em jornais, rádios e televisões, hoje elas migraram para o meio digital. Porém, as marcas alteraram a forma de se relacionar com o público. Agora, se aproximam de celebridades em potencial e as utilizam para fazer dinheiro nas redes sociais. E adivinhem só: está dando certo!
Como isso acontece? É simples. Esses indivíduos induzem seus seguidores a aderirem seus estilos de vida e ajudam a indústria a vender seus produtos. Para atingir esse objetivo, as empresas desempenham um trabalho brilhante: gastam pouco capital com anúncios e fazem permuta, ou seja, dão presentinhos para esses perfis falarem a respeito. Combo duplo: utilizam menos recursos e ganham mais depois! Afinal, o que é apenas um mimo para essas companhias?
Reparem que as celebridades em potencial às quais me refiro não são mais apenas atores, músicos e demais personalidades que são assunto na mídia. São pessoas, até então, desconhecidas e com habilidades em nichos específicos, como moda, gastronomia, cultura e saúde. Essas personagens atuam praticamente como formadoras de opinião   só perdem para os jornalistas, que são verdadeiros produtores de conhecimento e de senso crítico. Para não haver confusão, eu explico a diferença: o influenciador trabalha a serviço da propaganda e tem capacidade de ditar o que os outros vão consumir, enquanto o repórter ensina a pensar.
Entretanto, esses papéis se confundem. Em alguns casos, os jornalistas também se dizem influenciadores, pois utilizam sua credibilidade como escritores para gerar cliques. Quando se trabalha com essas duas funções, as dificuldades aumentam, pois, se começa a ensinar, de maneira convergente, como consumir e pensar criticamente.
Veja só este exemplo. O diploma conquistado por Andressa Griffante em Jornalismo, na Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, se expandiu. Ela estava a fim de empreender. Largou as redações tradicionais para se dedicar e criar a sua agência de blogueiros e influenciadores, chamada de RSBloggers. Hoje, presta assessoria às marcas que precisam divulgar e vender conteúdo e organiza encontros para debater os desafios e os paradigmas do cenário digital.
A trajetória da Andressa nos mostra que é preciso pensar “fora da caixinha”. Mas até que ponto? É necessário pensar totalmente além da área de formação original e “abrir mão” do nosso sonho de fazer grandes reportagens? Será que é isto mesmo que o futuro nos reserva? 

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