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Sombria, Sonhadora e Sonolenta

Nos últimos meses, minha cama tem sido minha melhor amiga. Além dela, a escuridão do meu quarto (e da minha vida) tem feito parte da minha rotina diária de sofrimento.  Entre as poucas novidades que vêm e  vão , estão meus sonhos. São tantos... Alguns fazem parte de metas e objetivos que desejo alcançar, outros são inspirações ou ilusões do que está acontecendo agora. O mais lúcido que tive aconteceu ontem. Ele foi, na verdade, uma grande metáfora que eu poderia  utilizar na minha vida, pois meus sentimentos têm me sufocado muito. Nesse sonho, não foi diferente. Tenho em mente que sou uma pessoa difícil. Cá entre nós, acho complicado me relacionar com as pessoas em geral e odeio ter relações superficiais, pois sempre gostei das profundezas.  Nunca me contentei com a beirada do mar. Eu sempre quis o fundo. Sempre quis (a)mar.  Porém, na última tentativa, deu errado. Pouco falei, pouco tentei. Pena que percebi isso dormindo... Sonhando com um amanhã melhor.  Imaginei qu

Tristeza nova-iorquina

Não foi New York que me deixou despedaçada, muito menos a saudade de passear pela  Fifth Avenue  e pelo  Central Park . A grande responsável por isso foi a volta para a realidade. Foram as pessoas. Foi pior do que isso: foram eles, os “meus amigos”.  Lembrar que eu não era feliz, pois estava rodeada de gente fingindo ouvir e se importar com algo do que eu falo foi duro. Em NY, não precisei de ninguém e todas as pessoas que conheci me fizeram sentir livre e leve. Todos fizeram eu me sentir especial, desde o porteiro do  New York Times  aos meus colegas de inglês.  T o d o s . NO EXCEPTION. Este sentimento pode ter relação com a “mágica” inerente à cidade que nunca dorme: suas luzes e seus letreiros coloridos, suas sirenes e seus barulhos incessantes e, claro, aquele seu odor incomparável dos metrôs — o jeito New York de ser. Apesar disso tudo, eu sabia que, na verdade, era eu quem tinha mudado. Eu era uma pessoa diferente em NY e estava rodeada de novos sentimentos, sen

Dores ternas, eternas, tão ternas!

Nenhuma promessa é eterna. Hoje, eu lhe afirmo:  Minha dor, que é terna, É minha filha, Uma grande companhia.  Não me importo mais, A saudade já chegou, Estou preso, aqui, ilhado, Neste mar de pensamentos Confusos e barulhentos. Nunca mais vi o mar,  Admito que não tenho olhado. Deve ser por tua causa, Lembro do rebuliço das ondas, Do calor das tuas mãos, Dos teus olhos ardentes, E da tua paixão  caliente, Que me  faziam  delirar . (agosto de 2017)

Despacito, de repente... depressão!

Impossível falar sobre essa doença com quem não sofre por causa dela ou não quer se importar com o assunto. As pessoas são egoístas demais para pensar na dor alheia. Em parte, eu entendo, porque é difícil nutrir empatia até mesmo por quem gostamos, então imagine só por aqueles que mal conhecemos. (!) Se o outro nunca passou por um problema que lhe tira a vontade de viver, ele nunca vai entender. Esse ser humano pode até tentar chegar perto da resposta e do seu coração, mas nunca vai conseguir.  A maneira torta que essas pessoas buscam ajudar, sem nunca abrir mão de si mesmas, dói. Afinal, quem não tem depressão pode criticar esses “doentes” e acredita que precisa ensiná-los a viver melhor.  — Vá lá, faça aquilo! Não sonha em morar fora do país? Te vejo fazendo muito pouco por isso! (...) — Achei que fosse seu sonho... Mas você não luta por isso! (...) — Você poderia estar muito mais longe, ser fluente em cinco idiomas e com um i

A guerra não tem rosto de mulher

O protagonismo feminino na Segunda Guerra Mundial, ignorado pelos periódicos da época e pelos livros de história, é finalmente retratado em A guerra não tem rosto de mulher . Escrito pela jornalista ucraniana Svetlana Aleksiévitch, o livro traz as experiências, a dor e o sofrimento de franco-atiradoras, voluntárias, enfermeiras, soldadas e garotas que pilotavam tanque durante a disputa bélica. Através da humanização dessas mulheres, característica fundamental nas grandes reportagens, os relatos ganham vida. A narração é sensível e conta os bastidores de uma das suas principais batalhas: a aceitação da família e do exército de que eram capazes de combater os alemães e morrer pela nação soviética. Elas sabiam que precisariam renunciar algo, pois perseguiam um ideal. Mas estavam decididas e não mudariam de ideia. Queriam lutar. Porém, antes de partirem, precisaram medir as consequências dessa decisão e abrir mão de alguns desejos. Jovens de 16 e 17 anos tiveram que adiar o primeiro b

Artista, poetisa ou jornalista?

Costumava conquistar corações ao escrever, mas perdi essa essência. Joguei minha vida na mão do escapismo, pois ela era dura demais e eu não aguentava. Já f az um tempo que não escrevo pra valer. Não faço poemas, não apuro reportagens... Sinto falta de como as coisas eram. Mas eu só não consigo e não sei o porquê. Me dediquei ao máximo neste semestre e me esforcei para sobreviver à loucura que minha vida se tornou. Foi difícil. Mas deixei minha marca na faculdade. Já o resto... Acho que esqueceu meu nome. (julho de 2017)

A Despedida

Adeus. Goodbye. Farewell. Deixo aqui minhas doces palavras de arrependimento e saudade de um dia que passou. Voou. Evaporou. Hoje é lembrança, memória e ausência. Não existe mais. Não existimos mais. Nem eu nem tu, nem os amigos que fomos e tivemos. Tudo passou tão depressa. So fast ! Tentamos mudar, revogar nossas origens e despertar o melhor no outro - mesmo que isso não significasse a busca pelas nossas verdadeiras essências. O que nos resta agora é aceitar que chegou a hora mais temida. Precisamos nos despedir. Dias e pessoas melhores nos esperam - agora depende só de mim e de ti. Devemos nos abrir às possibilidades que vão chegar. Vida que segue. Um abraço apertado da tua Protagonista e um até logo, até um dia, quem sabe...