É fato consumado que jornalismo esportivo "vende". As pessoas se interessam e dão audiência para esse ramo da profissão jornalística. Compram canais fechados para terem acesso ilimitado a conteúdos específicos que não são transmitidos pela televisão aberta; ouvem narrações de partidas de futebol simultaneamente em pequenos rádios nos próprios estádios e assim por diante.
Entretanto, um esporte se sobressai neste meio - o futebol. É questionado se nenhum espectador sente vontade de conhecer outra modalidade; porém os altos números de audiência indicam que não.
A grande questão é: por que a mídia continua utilizando a lógica capitalista de ganhar dinheiro e não mostra outros esportes? Sim, o futebol vende. Mas e as outras modalidades? Como saber que também não seriam tão lucrativas quanto o futebol? Seria necessário arriscar, tentar e talvez, perder alguns milhões ou bilhões.
Uma comparação que pode ser feita é entre os jogos olímpicos e paraolímpicos. Neste ano, os dois eventos foram realizados em solo brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ), e atraiu bastante gente. Porém, parte significativa desse público prestigiou apenas uma das competições. A opção foi ver craques de seleções mundiais jogarem futebol e se enfrentarem nas quadras de vôlei e nas piscinas olímpicas ao invés de assistir atletas do goalball, por exemplo. A mídia mostrou integralmente a Olimpíada, enquanto apenas um canal aberto mostrou a cerimônia de encerramento/abertura da Paralímpiada. Fica o questionamento: por quê?
Bem se sabe que o jornalismo é um negócio e que precisa de capital para funcionar. Mas até que ponto obter lucro é mais importante que oferecer diversidade e cultura?
(novembro de 2016)
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