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"Esses dias de internet são loucos!"

Me peguei pensando nisso em uma conversa via WhatsApp com uma amiga de longa data que não vejo há anos. Ela diz que acompanha minha vida pelas redes sociais, mas eu não acredito nela e não sei se ainda faz parte da minha caixinha de amizades. Cruel? Nem tanto, eu diria.

Podemos nos ver poucas vezes por funções de trabalho, faculdade e compromissos da vida, mas deveríamos ter um contato (telefonema, mensagem, sinal do além e etc) mais direto no dia a dia, não? Ou vocês acham, sinceramente, que adianta combinarmos uma saída para discutirmos as dificuldades que enfrentamos na amizade se não somos mais as mesmas e não nos importamos o suficiente para melhorar nosso relacionamento? Acredito que não funciona assim não, caros amigos e queridas amigas... 

Também não entendo e nem vejo sentido nessas pessoas que dizem que me acompanham e percebem o quanto mudei, por causa do que publico (ou não) nas redes. Ora, se fosse assim, todos saberiam como sou e não teria graça ser meu amigo... Afinal, todos meus conhecidos (e também os desconhecidos) saberiam minhas características! 

Questiono de novo: como ainda podemos ser amigas se só sabemos o que acontece pelas redes sociais? Digo isso no sentido mais geral possível, pois o que descobrimos não é por meio de uma conversa amigável no chat do Messenger e sim por uma atualização de status no Facebook - "a Fulaninha está noiva! Que bela novidade!".

Que tipo de vida é essa que deixamos o tempo e as pessoas passarem por nós? Eu sei que é difícil nos vermos todos os dias de todos os anos, mas se nós nem tentarmos... Vai adiantar continuarmos sendo amigas se vamos ser deixadas de lado por tecnologias ou novas amizades?

Que ingenuidade é essa? Será que ainda não me acostumei? Sinceramente não sei. Só estou dizendo o que percebi e como me sinto. Eu só espero que percebam o quanto isso me deixa triste - mas, tudo bem, vocês podem descobrir isso a partir deste texto - se quiserem e se vocês se derem o trabalho de ler. Eu não ligo mais e pelo visto, vocês também não.

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