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Faces da Verdade: qual é a sua?

O final de Faces da Verdade (original: Nothing but the Truth), obra cinematográfica fictícia inspirada em fatos reais, é brilhante e eu preciso começar contando-o – mesmo que os leitores detestem os spoilers. Somente nos últimos minutos, é revelada a fonte original do furo da repórter Rachel Armstrong, (Kate Beckinsale). A descoberta causa espanto e surpresa, pois a "vítima" é a filha da agente secreta da CIA, Erica Van Doren (Vera Farmiga), ou seja, é apenas uma criança!

Ao descobrir isso, é preciso que o público questione até que ponto vão os limites éticos de um jornalista – é possível se envolver com uma fonte? No caso, Rachel seduziu e foi seduzida pela menina, que era colega do seu filho. Em um passeio escolar, auxiliando a professora, a repórter e a garotinha começam a conversar e, depois de um tempo, a pequena acaba falando mais do que deveria. Porém, não sabia que suas palavras virariam notícia.

Estava Rachel sendo uma jornalista ou abusando de seu poder e transformando uma criança em fonte, mesmo sem autorização legal para a entrevista? Independente da sua resposta, é fato que, pelo menos com a garotinha, o direito à confidencialidade foi mantido – e este foi o motor inesperado do filme.

Explicando melhor, na película, Erica investigava um atentado contra o presidente americano, causado, teoricamente, pela Venezuela. Mas, em pouco tempo, ela descobriu que as acusações eram falsas e, mesmo assim, foi decidido bombardear o país.

Após publicar a matéria e não contar para as autoridades quem era sua fonte, Rachel é presa por desacato. A reclusão da repórter nos ensina muito sobre valores, crenças e mostra, principalmente, a consciência pesada dela. Afinal, ela sabia que não tinha obtido as informações exercendo a profissão.

Por essas razões, esta obra merece reflexão e sobretudo, atenção nos detalhes e no cuidado com a ética no jornalismo. O filme, que aborda a descoberta da identidade de uma agente da CIA, o que é proibido por lei nos Estados Unidos, é essencial para entender as mazelas da sociedade e os cargos que abusam do poder.

Seguindo este raciocínio, pode-se questionar a necessidade de divulgar a identidade da agente, que foi acusada de ter propagado esses dados e assassinada. Não seria necessário diferenciar interesse público de interesse do público? Mas é claro! As integridades física e moral da população também deveriam ser consideradas. Entretanto, a busca pelo aumento da tiragem do jornal de Rachel foi o que prevaleceu.

Por fim, pergunto-lhes: apresentadas as faces da verdade, qual você escolhe? Ir preso por um princípio ou viver em liberdade e provavelmente sem nenhuma fonte para entrevistar? A opção é sua.

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