O final de Faces da Verdade (original: Nothing but the Truth),
obra cinematográfica fictícia inspirada em fatos reais, é brilhante e eu
preciso começar contando-o – mesmo que os leitores detestem os spoilers.
Somente nos últimos minutos, é revelada a fonte original do furo da repórter
Rachel Armstrong, (Kate Beckinsale). A descoberta causa espanto e surpresa,
pois a "vítima" é a filha da agente secreta da CIA, Erica Van Doren
(Vera Farmiga), ou seja, é apenas uma criança!
Ao descobrir isso, é preciso que o
público questione até que ponto vão os limites éticos de um jornalista – é
possível se envolver com uma fonte? No caso, Rachel seduziu e foi seduzida pela
menina, que era colega do seu filho.
Em um passeio escolar, auxiliando a professora, a repórter e a garotinha começam a conversar e, depois de um
tempo, a pequena acaba falando mais do que deveria. Porém, não sabia que
suas palavras virariam notícia.
Estava Rachel sendo uma jornalista
ou abusando de seu poder e transformando uma criança em fonte, mesmo sem
autorização legal para a entrevista? Independente da sua resposta, é fato que,
pelo menos com a garotinha, o direito à confidencialidade foi mantido – e este
foi o motor inesperado do filme.
Após publicar a matéria e não contar para as autoridades quem era sua fonte, Rachel é presa por desacato. A reclusão da repórter nos ensina muito sobre valores, crenças e mostra, principalmente, a consciência pesada dela. Afinal, ela sabia que não tinha obtido as informações exercendo a profissão.
Seguindo este raciocínio, pode-se questionar a necessidade de divulgar a identidade da agente, que foi acusada de ter propagado esses dados e assassinada. Não seria necessário diferenciar interesse público de interesse do público? Mas é claro! As integridades física e moral da população também deveriam ser consideradas. Entretanto, a busca pelo aumento da tiragem do jornal de Rachel foi o que prevaleceu.
Por fim, pergunto-lhes: apresentadas as faces da verdade, qual você escolhe? Ir preso por um princípio ou viver em liberdade e provavelmente sem nenhuma fonte para entrevistar? A opção é sua.
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