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Faces da Verdade: qual é a sua?

O final de Faces da Verdade (original: Nothing but the Truth), obra cinematográfica fictícia inspirada em fatos reais, é brilhante e eu preciso começar contando-o – mesmo que os leitores detestem os spoilers . Somente nos últimos minutos, é revelada a fonte original do furo da repórter Rachel Armstrong, (Kate Beckinsale). A descoberta causa espanto e surpresa, pois a "vítima" é a filha da agente secreta da CIA, Erica Van Doren (Vera Farmiga), ou seja, é apenas uma criança! Ao descobrir isso, é preciso que o público questione até que ponto vão os limites éticos de um jornalista – é possível se envolver com uma fonte? No caso, Rachel seduziu e foi seduzida pela menina , que era colega do seu filho. Em um passeio escolar, auxiliando a professora, a repórter e a garotinha começam a conversar e, depois de um tempo, a pequena acaba falando mais do que deveria. Porém, não sabia que suas palavras virariam notícia. Estava Rachel sendo uma jornalista ou abusando de seu poder

Mídia e Sexismo na Cobertura da Olímpiada Rio 2016

(artigo feito originalmente em novembro de 2016 para a disciplina de Jornalismo Esportivo/FAMECOS/PUCRS) APRESENTAÇÃO Desde as primeiras edições da Olimpíada antiga, as mulheres sofrem com estereótipos e com preconceitos de fragilidade e de beleza, que ainda são perpetuados pela mídia. Embora os Jogos Olímpicos da Antiguidade tenham surgido em 776 a.C, somente em 1900 as representantes femininas participaram pela primeira vez. Na ocasião, foi possível competir em apenas dois esportes – o tênis e o golfe, por serem considerados “bonitos” e não precisarem de contato físico. Consideradas atletas extraoficiais, essas mulheres só recebiam um certificado de participação dos Jogos e não ganhavam coroas de oliveira como prêmio. Inicialmente, as modalidades eram disputadas pelos atletas das cidades-estado da Grécia para honrar os deuses, de quatro em quatro anos. Entretanto, as mulheres não podiam participar nem assistir a esse evento, pois, de acordo com os homens, não tinham aptidão p

"Esses dias de internet são loucos!"

Me peguei pensando nisso em uma conversa via WhatsApp com uma amiga de longa data que não vejo há anos. Ela diz que acompanha minha vida pelas redes sociais, mas eu não acredito nela e não sei se ainda faz parte da minha caixinha de amizades. Cruel? Nem tanto, eu diria. Podemos nos ver poucas vezes por funções de trabalho, faculdade e compromissos da vida, mas deveríamos ter um contato (telefonema, mensagem, sinal do além e etc) mais direto no dia a dia, não? Ou vocês acham, sinceramente, que adianta combinarmos uma saída para discutirmos as dificuldades que enfrentamos na amizade se não somos mais as mesmas e não nos importamos o suficiente para melhorar nosso relacionamento? Acredito que não funciona assim não, caros amigos e queridas amigas...  Também não entendo e nem vejo sentido nessas pessoas que dizem que me acompanham e percebem o quanto mudei, por causa do que publico (ou não) nas redes. Ora, se fosse assim, todos saberiam como sou e não teria graça ser meu amigo...

Futebol é a solução?

É fato consumado que jornalismo esportivo "vende". As pessoas se interessam e dão audiência para esse ramo da profissão jornalística. Compram canais fechados para terem acesso ilimitado a conteúdos específicos que não são transmitidos pela televisão aberta; ouvem narrações de partidas de futebol simultaneamente em pequenos rádios nos próprios estádios e assim por diante.  Entretanto, um esporte se sobressai neste meio - o futebol. É questionado se nenhum espectador sente vontade de conhecer outra modalidade; porém os altos números de audiência indicam que não.  A grande questão é: por que a mídia continua utilizando a lógica capitalista de ganhar dinheiro e não mostra outros esportes? Sim, o futebol vende. Mas e as outras modalidades? Como saber que também não seriam tão lucrativas quanto o futebol? Seria necessário arriscar, tentar e talvez, perder alguns milhões ou bilhões. Uma comparação que pode ser feita é entre os jogos olímpicos e paraolímpicos. Neste ano, os d

Sofro de um grave problema:

Sou muito fiel aos meus amigos. Sim, isso é um entrave para mim, pois não sou retribuída.  Já deixei de fazer coisas importantes ou ir em lugares por causa de amigos. Porém, nunca  foi mútuo.  Exagerada ou sem noção? Nem tanto. Esperei e cobrei reciprocidade de quem não deveria; chamei de amigo quem hoje nem me dá bom dia. E adivinha?  Agora, estou aqui sozinha - e ninguém parece perceber isso. 

7 de abril - Dia do Jornalista

Faz dois anos que escolhi ou melhor, fui escolhida pela profissão de jornalista. No começo, de forma bastante tímida e até mesmo relutante, mas bastante certeira. Somente as palavras me identificavam; os números me assustavam.   E a decisão veio em uma época bastante conturbada para os jovens: no Ensino Médio - aquele lugar que nos obriga a escolher algo para fazer pelo resto da vida. Durante este período, tive a oportunidade de conhecer profissionais que admiro e que me incentivaram a seguir nessa estrada louca com eles - caminho que praticamente todo jornalista percorre. Sem rotina, bastante correria no dia a dia, mudança de pauta de última hora, críticas por ser, supostamente, parcial e assim vai. Só tenho a agradecer por quem me acompanha e acompanhou até aqui. Os esforços para me fazer entender matemática foram inúteis, pois qualquer letra envolvida em um cálculo, eu associava com um poema ou uma manchete. Mas mesmo assim obrigada, do fundo do meu coração.  Agradeço tamb

Exemplo de texto com narrador onisciente intruso

Era a primeira viagem de avião de Lirinha. O destino era bastante conhecido: a Cidade Maravilhosa. Ansioso, o gaúcho não parava de andar de um lado para o outro no Aeroporto Salgado Filho. Também conversava consigo mesmo e dizia que seria apenas mais uma apresentação; nada fora do comum para o trompetista. Antes de embarcar, se despediu dos fãs que o acompanhavam, pegou sua maleta e seu trompete e entrou na aeronave fazendo sinal da cruz. Passadas duas horas de voo, Lirinha ainda não havia chegado. Estava nervoso e falava alto; questionava tudo e todos à procura de uma explicação – ele vira na internet que a duração era inferior a uma hora e meia. Preocupado, resolveu caminhar pelo avião e ir até a cabine do comandante. Por um descuido da aeromoça, o trompetista conseguiu entrar. Assustado com a gritaria, o piloto revirou os olhos e fez uma curva brusca com o avião, que  derrubou   imediatamente o gaúcho. Neste momento, um passageiro que vira o tumulto se levantou e tirou Lirinha da