E seria tudo isso medo de amar?
Sempre me ensinaram que amar era bom. Dois seres no plural, uma explosão de sentimentos, um fervor inexplicável ao olhar a invisível perfeição no outro. Era impossível explicar, mas infinitamente mais difícil senti-lo. Doía não sentir. Era preferível que doesse sentir.
Nunca apaixonei-me por alguém. Sempre soube que isso exigiria muito de mim. Bem, até hoje...
Acho que credito meu medo de amar ao meu primeiro amor. Ele foi marcante e sufocante. Não foi recíproco, mas foi importante. Aprendi muito com ele e com o sofrimento que o seguiu.
Minhas "pequenas paixões" sempre tiveram data de validade. Meus amores pelos cantores do momento duraram menos que suas aparições na mídia. Os fins foram constantes e as dores também.
Corri do amor. Cansei. Faltou-me fôlego. Recuperei-me. Voltei para a corrida e ganhei-a. Por fim, senti algo indefinido. Sentimos, no plural, como um só. Vivemos cada segundo intensamente. Não nos apaixonamos, mas pertencemos um ao outro. Fomos eternos enquanto duramos...
Duramos uma eternidade limitada de segundos e meses. Hoje, eu olho para trás e penso no quanto amadureci. Antigamente, era uma menina iludida e boba, que confiava no amor. Hoje, desejo ser exatamente como era. Tola e apaixonada, mas infinitamente mais feliz.
(agosto de 2015)
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