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A dor da verdade

Eu nunca vou ser tão feliz aqui quanto eu fui em New York. Aquele lugar respirava vida: novidade, inspiração e diversidade tudo em um só lugar.

Constatar isso dói. É como se a verdade me desse um soco no estômago. Machuca. Sangra. Pior do que isso: é invisível. Ninguém enxerga que minha alma está pela metade — um pedaço de mim ficou na cidade que nunca dorme.

Do lado de lá, eram fast-foods por todos os cantos, carros buzinando loucamente e, claro, uma vida independente. Em NY, o medo de ser julgada não existia. Eu estava no meio de um cidade de 8,5 milhões de habitantes e não me sentia sozinha or trapped into my own misery. I was complete and I had control of myself. 

Do lado de cá, me sinto rodeada de velhos e sucessivos fracassos, além de falsos sorrisos. Digo que está tudo certo, minto para mim mesma que as coisas vão melhorar. Porém, o tempo passa e nada muda.

Não sou feliz aqui. Preciso fugir.

Procuro desesperadamente meu cantinho de felicidade. Infelizmente, não tem funcionado, pois afundo dia e noite neste mar que minhas lágrimas fizeram.

Peço socorro. Ninguém nota. Vou dormir.

No dia seguinte, o ciclo se reinicia.

E assim se vai a vida: o desejo de sair daqui faz companhia para a solidão que sinto...

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