Pular para o conteúdo principal

Por que meus relacionamentos, sejam eles amorosos ou não, nunca deram (muito) certo?

Acho que sei a resposta da pergunta que sempre me fazia: "por que meus relacionamentos, sejam eles amorosos ou não, nunca deram (muito) certo?". Eu sempre esperava demais das pessoas, mas não fazia o mínimo que esperavam de mim. Prometia coisas, rezava para tal amizade/amor ser para sempre ou que nunca enxergasse o fim se aproximar. Queria pessoas imprevisíveis ao meu lado, me surpreendendo a cada milésimo de segundo da minha vida. 
Eu pedia coisas quase impossíveis e fazia pouco pra realizá-las. Era braba e impetuosa, de temperamento forte e ousado; não pensava nos outros, eu era o egoísmo em pessoa. Por ser assim, tão individualista e me julgar sempre certa, acabava sozinha, por divergências bobas de opiniões. Imaginava que ninguém saberia viver sem mim e que após uma briga, eu seria procurada; não movia um dedo sequer pelos outros - por mais arrependida que estivesse. 
Por causa disso, tive que recomeçar várias vezes. E as coisas sempre terminavam do mesmo modo. Eu vivia intensamente. Sempre aproveitava ao máximo cada segundo da minha vida e era acostumada a colocar intensidade onde não tinha. Eu vivia de expectativas não correspondidas, porque precisava de algo novo para acreditar. Elas acabavam nunca sendo tão boas quanto à realidade... E eu não conseguia aproveitar a vida direito e estava sempre insatisfeita. Um dos meus maiores erros foi acreditar que eu precisava dos outros acima de tudo para ser feliz. Parece contraditório; mas felicidade é um bem individual e coletivo - como fazer os outros felizes se eu não sou?



Comentários

  1. Interessante sua auto reflexão! Isso ajuda tanto no autoconhecimento e assim vamos caminhando para conclusões importantes. Se nos comportamos a mesma maneira, obtemos os mesmos resultados. Já é um grande passo reconhecer isso. Para fazermos os outros felizes, precisamos estar bem conosco. Cheguei ao seu blog, pois penso em criar um com um propósito diferente do seu, mas o nome que me veio à cabeça foi justamente "a protagonista". Minha ideia é de chamar atenção para nossas escolhas, em várias áreas da vida. Somos protagonistas de nossas vidas, e somos nós que escolhemos como vivemos. Muitas vezes, fazemos o que não queremos, para agradar aos outros, isso é uma escolha e que fica "incomodando". E se escolhemos não fazer, somos cobrados. Escolhas, vivemos delas e das consequências delas. Bem, vou pensar em outro nome para meu blog. Parabéns pela abertura de seus pensamentos e pela busca de auto conhecimento. Cíntia Moser.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pelo elogio! Realmente, sermos protagonistas das nossas vidas e escolhermos conforme nossas vontades é indispensável para vivermos bem. Boa sorte no seu blog!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Vocês são felizes?

Eu me questiono o que está no título deste texto todos os dias. Claro, a resposta ainda não existe. Friso o "ainda", pois espero que ela chegue até o fim da minha vida. Mas, na verdade, será que um dia ela vai existir? Acredito que é importante pensar a respeito disso e refletir sobre os motivos que nos impedem de conquistar a felicidade plena ou mesmo de enxergar e viver pequenos e alegres momentos — leiam-se aqui frações de segundos em que comemos a nossa comida preferida ou conversamos com os nossos melhores amigos. Se pararmos para pensar, isso por si só já é tudo que precisamos. Afinal, estamos acompanhados de pessoas importantes e queridas e podemos aproveitar o hambúrguer que tanto amamos junto com elas. O problema é que nós complicamos a vida. Somos ambiciosos e queremos sempre mais. No fim, nos contentamos com o que não temos em vez de celebrar as nossas conquistas da forma que elas merecem.  Em resumo: estamos a todos os momentos atrás da felicidade plena e deixamo...

Política de privacidade na era da informação e Internet

A informação é uma das maiores commodities hoje e é cada vez mais fundamental na economia e na política de uma sociedade. Por trás da disseminação desses dados, estão a internet e os seus usuários, que podem produzir e reproduzir conteúdos, conforme ideais e objetivos próprios. Como exemplo de mau uso de informações, é possível citar o lançamento do aplicativo chinês Zao, que chamou a atenção do mundo no começo de setembro. O app, disponível apenas para a Apple Store do país oriental, utiliza a inserção de rostos dos  users  em atores e músicos famosos - tecnologia também conhecida como  deepfakes .  A polêmica surgiu a partir da afirmação da empresa criadora MoMo, que pediu aos usuários que fizessem download de uma foto pessoal para os servidores da companhia a fim de que a sobreposição ocorresse. Além disso, afirmava ter permissão "gratuita, irrevogável, permanente e transferível", podendo utilizar esses conteúdos conforme entendesse, sem nenhuma prot...

26 de maio de 2020

Há cinco anos, escrevi um texto sobre não saber me definir. Até hoje ainda não descobri quem eu sou, mas sei que praticamente já me enquadro em uma categoria: jornalista. Mas isso não é suficiente. Não para mim, pelo menos. Não adianta ser uma profissional da área da comunicação e estar trabalhando onde sempre quis, pois me falta algo. Assim como os outros, não me reconheço: não sei valorizar as minhas conquistas e nem dizer que eu sou capaz de conquistar o que eu quero. Eu sempre reclamo que ninguém consegue me enxergar, porém eu também não me vejo  —  não por inteira pelo menos. Sempre acreditei em amor próprio, embora atualmente ele seja o menos presente em mim. Sonhei em poder continuar escrevendo e em transformar as palavras em histórias, todavia, neste caminho, não vivi a minha própria e perdi as melhores oportunidades do minha vida.